Teatro de Bonecos
Categoria:
Forma de Expressão





Descrição
Expressão teatral que utiliza bonecos, objetos, partes do corpo, de diferentes técnicas, formatos, com dramaturgia especializada. Os(as) artistas bonequeiros(as) utilizam variadas técnicas para expressar sua arte, como bonecos de luvas ou fantoches, marionetes de fios, bonecos de varas ou hastes, bonecos feitos de papel, madeira, materiais reutilizáveis ou bonecos de sombras, bonecos miniaturizados ou gigantes, bonecos corpóreos ou híbridos, entre outros. Os espetáculos, na sua forma tradicional, apresentam-se atrás de uma empanada e os bonecos encantam o público.
Os(as) bonequeiros(as) são artistas independentes ou fazem parte de grupos ou coletivos e se apresentam em teatros, escolas ou parques e praças. Uma arte milenar, aprendida majoritariamente por mestres e mestras bonequeiros(as), através de oficinas.
Desde 1985, artistas bonequeiros e bonequeiras se reuniram para criar uma associação com o intuito de divulgar e fortalecer a arte bonequeira na cidade de Curitiba e outros municípios do Estado. Desde então, faz parte do patrimônio cultural desta cidade, promovendo mostras e festivais em parceria com instituições públicas e privadas, colocando o Teatro de Bonecos como um instrumento criativo para a melhoria da qualidade de vida da população.
História
A história do Teatro de Bonecos no Paraná, especificamente em Curitiba, iniciou nos anos 60, por Adair e Euclides, criadores do conhecido Teatro de Bonecos Dadá. Nos anos 70 e 80, Curitiba recebeu outros mestres advindos de outras terras, os mais antigos(as) e principais nomes que são lembrados como mestres e mestras foram Laerte Ortega (in memoriam), Manoel Kobachuk e Marilda Kobachuk, Olga Romero, Daisy Nery (in memoriam), Ruben Carvalho Silva (Cauê), Renato Carvalho Silva (Perré), Maria Luiza Marques, Odílio Malheiros (in memoriam). Estes, na década de 80, apresentavam seus espetáculos e ministravam cursos e oficinas formando uma nova geração de artistas bonequeiros e bonequeiras como Paulo Afonso Castro, Tina de Souza, Tarcísio Alencar Meira, Tadica Veiga, Evaldo Barros, Alejandro Dominguez, Cláudio Miiller, Ivan Araújo, Joelson Cruz, Alyne Rocha, Elcio di Trento, Marcelo Andrade, Alfredo Gomes Filho, Inece Gomes entre outros.
Nas décadas seguintes nova geração de bonequeiros e bonequeiras, que além da influência destes mestres e mestras, também tiveram formação técnica e ou académica, pois a linguagem do Teatro de Bonecos, a partir dos anos 90, é incluída em cursos de especialização, disciplinas ou cursos técnicos em instituição pública e privada, além dos cursos e oficinas ofertados pelos Festivais de Bonecos da época, trazendo novas técnicas e linguagens. Michele Borgo, Carolina Maia Veiga, Galvani Carraro, Dico Ferreira, Thayana Barbosa, Hugo Moraes, Danee Madrid, Greg Bassani, Guto Scheremetta, Caroline Gnoato, Luan Garcia, Jacques Beauvoir, Deodato Meira de Araújo, Candie Marques, Helena Veiga, Eduardo Santos, Rodrigo Hayalla, Fábio Nunes Medeiros, Juliana Stival, Edgar Assumpção, são alguns exemplos de artistas bonequeires, que trouxeram para a linguagem novas dramaturgias ou expertise no fazer técnico, artesania ou na manipulação, ou ainda representação cénica mais contemporânea.
O teatro de Bonecos em Curitiba, assim como toda arte popular, sofreu com as mudanças sociais, políticas e estruturais da cidade, com fechamento de espaços e políticas públicas excludentes, mas resistiu e permanece como uma linguagem milenar, popular e contemporânea. Com o advento das novas tecnologias e o avanço da Internet, muitas companhias de Teatro de Bonecos, com grande elenco e técnicos, se transformaram e desmembraram em grupos menores ou solos, com espetáculos mais versáteis e adaptáveis.
Atualmente, Curitiba conta com 38 grupos de Teatro de Bonecos ou Teatro de Formas Animadas que, neste período de retomada as atividades presenciais, sobrevive basicamente de Editais ofertados pelos Municípios, Estado, e apresentações em Festivais e Mostras que a APRTB vem produzindo desde 2019,
além da venda de cursos, oficinas presenciais e online, e venda de bonecos em feiras e online.
Durante a pandemia, as cias e artistas bonequeires tiveram que se adaptar ao formato virtual, onde Iury Pietresky, Elder Kloster se destacaram no Youtube e Gilberto Hinça, por sua vez, na TV.
Em Curitiba, o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, produzido pelo Centro Cultural Teatro Guaira, em parceria com a Associação Paranaense de Teatro de Bonecos (APRTB), depois de quatro anos, será novamente realizado tradicionalmente em julho, para alegria de toda população que já acompanhava
este grande evento na cidade, desde 1990. O Dia Mundial do Teatro de Bonecos ou Dia Mundial da Marionete (World Puppetray Day) é comemorado em 21 de março. No Brasil, o Dia Nacional do Teatro de Bonecos é comemorado, oficialmente, no dia 27 de abril. Em Curitiba e no Paraná, comemoramos o
aniversário da nossa associação, no dia 09 de março. Novos(as) bonequeiros(as) são bem-vindos, como Abel Domingues Souza, Aline Busatto, Leticia de Fátima Arruda, Janaina Graboski, Jean Cequinel, Lucia Helena Dias e Diviane Caroline Blomberg.
Significados
O Teatro de Bonecos é uma linguagem das Artes Cénicas, com interface nas Artes Visuais e Literatura, em que seu fazer exige do artista, muitos saberes. Esta expressão milenar ainda existe em todo o mundo, e no Brasil se modifica, com estilos diferenciados em cada região do país. No Sul, em especial, em Curitiba, tem
características influenciadas pelas origens de seus mestres, principalmente na dramaturgia que vai do clássico ao mais contemporâneo. Do regional, das histórias infantis ao urbano, das histórias cotidianas. O público, crianças, jovens e adultos se encantam com esta linguagem, que faz conexão direta com a memória emocional de cada um, provocando reflexão e diversão. O teatro de Bonecos faz bem a todos os curitibanos e curitibanas. Faz todos voltarem a serem crianças.
Informações adicionais
Há alguns anos, Curitiba entrou no circuito internacional do teatro de bonecos, com a realização de festivais. Hoje em dia, apesar da atividade ter sido reduzida (em função da pandemia), os grupos continuam o seu trabalho e seguem mantendo esta tradição. Há famílias inteiras dedicadas à arte, que é uma das
expressões artísticas mais antigas da história.
O boneco, este outro, duplo, máscara, simulacro, alter-ego, imagem de nós, de nosso tempo, de nossa história particular ou ancestral; esta figura humilde, alegre, bizarra, escandalosa, anímica, animal ou caricatural...seja de pau, pano ou avatar; este boneco que fala ou se cala, canta e nos encanta, grita, ri ou chora, nos distrai e vai embora, mas deixa lembranças. Curitiba e seus bonecos!
Localização
Curitiba, PR, Brasil
Os artistas bonequeiros(as) residem em Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Araucária, entre outros. Muitos possuem ateliê particular e se reúnem em diversos pontos da cidade, em diferentes eventos. Difícil especificar apenas um local.