História

A história conta que os primeiros imigrantes vindos da Itália, séculos atrás, traziam ofícios desconhecidos pelos habitantes de nossa região, entre eles a Arte da Cantaria - talha em pedra, matéria dura e seca, transformada em encanto. Eram os canteiros!
Pela beleza e durabilidade da pedra, foi muito bem aceita na construção de muros, calçadas, pavimentação de ruas, decoração em construções, entre outros. Desse modo, a cantaria tomou conta da região, onde hoje está estabelecido o município de Quatro Barras, tornando-se a principal atividade econômica dos moradores daquele povoado e, também, atraindo novos moradores, os quais, interessados no desenvolvimento e trabalho, penoso, mas farto, procuravam uma alternativa de geração de trabalho e renda.
Em 1961, com a emancipação política de Quatro Barras, a cantaria continuou impulsionando o desenvolvimento da região, mas, com a virada do século, vieram também as dificuldades. A necessidade de preservar o meio ambiente trouxe limitação à extração do granito, obrigando os canteiros a orientar
seus filhos a procurarem outra forma de sustento. Também foi nesse período que algumas indústrias se instalaram na região, enfraquecendo a cantaria e se tornando, com o passar dos anos e junto com o terceiro setor, a base da economia quatrobarrense.
Porém a Cantaria não desapareceu por completo! Transformou-se, atualizou-se, modernizou-se! Hoje, algumas pedreiras têm forma mecanizada de corte de pedra, o que não substitui a beleza do corte manual. Com persistência única, alguns canteiros continuam trabalhando, mantendo e abastecendo a memória: em pleno século XXI, a cantaria permanece viva em Quatro Barras, um patrimônio imaterial que merece atenção e respeito. O fulgor dessa arte se deve aos mestres que, tanto guardam e zelam o segredo do ofício, quanto generosamente a repassam às gerações que chegam.

Significados