Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca
Categoria:
Saber





Descrição
O Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca, é um samba de roda ligado à produção musical e corporal dos saberes ancestrais da cultura Afro-brasileira. Desde 2013, a Mestra Fernanda Machado passa atuar com a sua mãe Mestra Biloca. Em 2017, após o falecimento da Mestra Biloca, Mestra Fernanda mantém o saber que aprendeu com sua mãe, dando continuidade à tradição da família do Mestre Bimba.
História
O samba de roda, Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca, nasceu da vivência da família de Mestre Bimba que realizava o samba de roda após as rodas de capoeira. É um saber, uma manifestação que o Mestre Bimba traz de sua tradição no candomblé de Angola. Um saber transmitido na oralidade e na tradição Afro-brasileira. O samba de roda estava presente não só após as rodas de capoeira, como também fazendo parte do desenvolvimento do trabalho da época de Mestre Bimba, em apresentações, shows, e em suas viagens por diversos lugares e estados brasileiros.
A Mestra Biloca, desenvolveu esse saber realizando oficinas em eventos de capoeira, expandindo o samba de roda para além do círculo familiar e agregando outros saberes tradicionais, também aprendidos na vivência familiar, como comida dos Orixás, afoxé, culinária de terreiro e danças Afro. Em 2013, a Mestra Fernanda Machado passa a atuar com sua mãe, Mestra Biloca, e realiza uma maior produção cultural em torno do samba. Com isso, foi construída uma identidade visual e uma marca para o coletivo.
Após a morte da Mestra Biloca, a Mestra Fernanda Machado segue com a tradição, que hoje se expandiu com outros núcleos em outros estados. A Mestra Fernanda Machado trouxe para o samba uma maior articulação e diálogo em torno de temas como intolerância religiosa, homofobia, violência contra a mulher, a luta contra o racismo, por acreditar que o samba de roda é emancipador. Assim, o samba continua sendo passado em forma de oficinas, eventos, encontros, para crianças, jovens, adultos, mulheres e homens. Além de oficinas em diversos lugares do país, é realizado anualmente o encontro nacional. Vivenciado e utilizado como prática de fortalecimento para existência do povo negro, e de uma sociedade mais igualitária. Bem como, de empoderamento para muitas mulheres que encontram no samba de roda acolhimento e força.
Significados
O samba de roda significa um envolvimento e, na sua prática, uma diversidade de elementos que são materializados pelos corpos na roda. Capaz de envolver e tocar em cada parte do corpo. É sobretudo, um ritual de compartilhamento através da música, do canto, da voz e dos instrumentos. Significa a materialidade da cultura Afro-brasileira e resistência de uma maneira de fazer. Muitas atividades são realizadas como oficinas, onde teoria e prática são colocadas em encontros e vivências com outras práticas de matriz Africana. O saber continua sendo praticado através da Mestra Fernanda que tem passado a
tradição do samba de roda, formado núcleos em uma constante troca para a continuidade desse saber.
Desta maneira, o sentimento é que esse saber é fundamental para a continuidade da existência do povo preto, da concretude da luta por existência e reconhecimento, e que deve ser valorizado e expandido. Portanto, as pessoas que vivem o samba de roda estão intrinsecamente ligadas a esse saber, que não está
apenas na roda, mas em toda a parte da existência. No toque, no canto, na indumentária, nas palmas, no que não é visível, apenas sentido, na ancestralidade. É um viver que se faz e refaz a cada momento que entra na roda, e que continua fora da roda, pois a sua existência também se faz pela resistência. O coletivo
entende que é somente com a vivência diária, na construção constante do samba de roda que ele segue.
A importância para a cidade de Curitiba, reside no saber da existência e resiliência do povo preto, em especial os povos tradicionais de religiões de matriz Africana, quilombolas, ciganos, indígenas e demais povos que são massacrados pelo racismo e intolerância. Abrir e enegrecer o pensamento, uma vez que, a
cidade de Curitiba tem leis e normas que nos impede de expressar nossa cultura livremente, com base em leis embranquecidas, sem o mínimo diálogo com a nossa cultura. Significa que a partir do momento que as pessoas têm acesso a uma aula ou um samba de roda, verá que temos muito a ensinar, a oferecer, para construir uma cidade menos excludente e racista. Ao ter acesso a um tabuleiro de acarajé tradicional, sem modificação, também é uma forma de conhecer a cultura preta.
Vivenciar um samba de roda, é conhecer a cultura preta.
Informações adicionais
É extremamente importante esse cadastro para fortalecimento da cultura. O Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca acredita que ações como essas são fundamentais. A nossa sugestão é que seria mais interessante um questionário maior, uma vez que, toda a nossa história, desde o Mestre Bimba, talvez não fique totalmente clara nesse espaço, esperamos que sim. Agradecemos a ótima iniciativa.
Localização
R. Profa. Leonor Machado Bussi, 28 - Thomaz Coelho, Araucária - PR, 83707-050, Brasil