História

As esculturas foram criadas pela escultora LYS AUREA BUZZI, em 1995, no bairro do Jardim Botânico, onde muitos moradores puderam acompanhar o interessante processo de modelagem, até a fase de elaboração de moldes para a fundição. Para o bairro, do Jardim Botânico, traz um valor cultural e uma das estruturas dessas gigantes esculturas ainda está visível, no jardim do ateliê da artista, o que traz muita curiosidade aos transeuntes.
Após a finalização das esculturas em bronze, elas foram acomodadas em um pedestal de 14,5m de altura, no lado oeste de Curitiba, tornando-se assim, uma referência na cidade desde sua instalação, sendo não só para os habitantes da cidade, como também para os que chegam à Curitiba, vindos das cidades vizinhas no interior do Paraná.
As esculturas foram elaboradas para o Memorial às Américas, através de uma encomenda feita pelo prefeito, o qual desejava que, anjos representassem as Américas. A artista, então, criou as esculturas de formas femininas para homenagear as mulheres que trouxeram à vida a crescente população das três Américas. Com formas leves e dançantes, o projeto da artista previa as esculturas fixas em colunas de diferentes alturas que representariam uma elipse, fazendo essa ligação da terra aos céus, e para cada escultura determinou movimentos que enfatizam a homenagem. Ao norte, a escultura estende seus braços agradecendo ao Cosmos; ao centro, a escultura tem seus braços estendidos como que abençoando tudo que está sobre a Terra; e ao sul, a escultura faz um reverencia aos seres humanos, lhes abençoando e lhe estendendo a mão para essa ligação espiritual, a qual os anjos remetem (nos anexos há um breve relato da artista).
No entanto, após o contrato realizado entre a artista e a Fundação Cultural de Curitiba, aconteceu que, na véspera da sua inauguração que deveria ser 2 de outubro, dia do descobrimento das Américas, uma mudança radical à revelia na implantação delas, onde por ordem do prefeito a esculturas deveriam ser fixadas em único pedestal de 14,5 m de altura, numa laje quadrangular, alterando as dimensões das asas das esculturas, bem como toda sua estrutura interna para fixação.
Alterou-se também a data da inauguração das mesmas, devido a construção desse pedestal e as esculturas foram entregues para o Memorial às Américas, para a Fundação Cultural de Curitiba, no dia 1 de dezembro de 1995. Todavia, a obra sofreu nova intervenção à revelia e o pedestal feito para homenagear as Américas foi inaugurado dia 22 de dezembro, como Fonte de Jerusalém.
Oficialmente muito se fala da Fonte de Jerusalém, conhecida como Fonte dos Anjos, onde a estória distorcida diz que homenageiam as religiões monoteístas. Porém, quem acompanhou o processo todo sabe que tudo foi alterado, e que o verdadeiro motivo da sua criação foi essa homenagem às mulheres, onde cada uma representa uma América.
É lamentável que até hoje as esculturas não foram corretamente iluminadas e que muitas vezes sequer mal iluminadas estão. O pedestal é um monumento colocado ao centro de uma importante rotatória, no final de uma das principais avenidas da cidade, que liga leste a oeste da cidade, fazendo cruzamento com a Av. Mario Tourinho que é um dos acessos importantes para quem vem do interior do nosso estado. Recentemente, nessa avenida foi inaugurada uma obra de grande impacto no trânsito, a trincheira da Av. Mario Tourinho, que desemboca quase em frente às anjas, trazendo com isso mais uma referência local.
Desde sua inauguração tem sido objeto de orgulho e admiração pela população da cidade, não só pela sua monumentalidade, como também pela sua unicidade e beleza estética.
A obra, porém, nunca foi tratada com o devido cuidado, pois segundo a artista, nestes 26 anos de existência, nunca houve por parte da prefeitura uma manutenção das mesmas, como também uma preocupação em verificar as soldas das asas e tampouco verificar as fixações feitas por parafusos na laje superior do monumento. E, para completar o descaso, em 2021 a própria prefeitura, novamente à revelia, contrata uma firma de limpeza que não tinha qualquer conhecimento ou preocupação artística, para a remoção da sujidade nas mesmas, desde sua instalação em 1995. Fato esse que desagradou profundamente a artista que tanto zelou por elas, nos insistentes contatos para sua conservação. O fato
ocorreu em abril de 2021, e foi catastrófico para o conjunto das esculturas que tiveram sua patina removida por ácidos e esmerilhamento, e para completar ainda pintaram com verniz brilhante as esculturas de bronze.
As esculturas foram criadas para nossa cidade, são únicas no mundo, é patrimônio nosso, é motivo de orgulho e referência para a população. Foi documentada no filme ORIUNDI, o último da vida do ator Antony Queen, e agora gira o mundo mostrando sua beleza em dois takes em looping mostrando de pertinho as gigantes esculturas.
Foi documentada em vários livros e muitos sites, mas infelizmente não constam créditos da autoria. Mas nós, aqui do Jardim Botânico, sabemos onde elas foram criadas, e as apontamos como um grande legado à nossa cidade. Por isso, merece ter seu valor reconhecido como Patrimônio Cultural de Curitiba, por toda
sua verdadeira história, pela sua monumentalidade, pela sua unicidade e complexidade de execução, que tivemos a oportunidade de acompanhar e ver nascer da argila essas belas esculturas finalizadas em bronze.

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